Formiga / MG - quinta-feira, 28 de março de 2024

Ganho de Peso e Obesidade


Como ganhamos peso?

O ganho de peso se dá por três principais motivos: ganho de gordura, ganho de músculo ou ganho de água corporal.

O ganho de gordura ocorre quando nosso balanço energético é positivo, ou seja, quando ganhamos mais energia através dos alimentos do que gastamos com as atividades do dia a dia. Exemplo: Se seu organismo gasta aproximadamente 2000 Cal por dia para manter seu corpo funcionando e você ingere 2300 Cal por dia, você está gerando um superávit de 300 Cal por dia (2300 – 2000 = 300 Cal). Esse excesso de energia que você ofereceu ao seu corpo será transformado em gordura - uma forma de energia estocada (“poupança de energia”), podendo ser utilizada a qualquer momento em eventual necessidade.

O ganho de músculo se dá por hipertrofia através dos exercícios físicos.

E o ganho de água se dá por vários fatores tais como: problemas renais, problemas cardíacos, hipertensão arterial, problemas de circulação sanguínea (varizes), problemas de circulação linfática, dentre outros.

 

Para que ganhamos gordura (“engordamos”)?

O ganho de gordura é uma proteção, uma defesa do organismo para situações de eventual necessidade de demanda energética. Exemplo: nossos antepassados mais remotos tinham a caça como sua fonte de energia para a sobrevivência da espécie. Naquela época, a escassez alimentar era muito dependente de condições climáticas, e o homem ainda não era capaz de armazenar alimentos. Então aqueles que conseguiam uma boa caça e se alimentavam a mais que o necessário criavam uma reserva energética (gordura corporal), e foi graças a ela que nossa espécie sobreviveu nos períodos de maior escassez. Assim, a natureza selecionou aqueles indivíduos que tinham uma maior capacidade de armazenar energia.

 

Então a gordura corporal é benéfica para o organismo humano?

A gordura é sim muito importante para nós, pois além de ser fonte de energia estocada (“poupança energética”) ela também tem a função de nos proteger do frio sendo um importante isolante térmico, e fonte produtora de várias substancias do nosso corpo como alguns hormônios. No entanto, tudo que é excessivo nos é prejudicial, e a gordura corporal não foge à regra. Quando em excesso, aumenta o peso corporal sobrecarregando as articulações do corpo. Além disso, gordura em excesso pode predispor a diversas doenças tais como o diabetes, a hipertensão arterial, o aumento das gorduras sanguíneas, gorduras nos órgãos internos como fígado, intestino e coração; tumores e câncer de mama, útero, próstata, endométrio; doenças respiratórias como asma, bronquite e apnéia obstrutiva do sono; doenças do aparelho digestivo como pedras na vesícula, refluxo gastro-esofágico, e outras mais.

 

Qual é a quantidade ideal de gordura corporal?

Varia entre a idade, e o gênero. Em geral, para um adulto, o ideal é que se tenha entre 20 a 30% de gordura em relação ao peso corporal total no sexo feminino, e entre 10 a 20% no sexo masculino. 

 

E como saber se estou com excesso de gordura corporal?

Primeiramente, tem que se medir o peso corporal total. Depois, através de medidas corporais com um aparelho chamado adipômetro (ou plicômetro) em determinadas partes do corpo, faz-se os cálculos necessários jogados em uma fórmula já predeterminada. Outra maneira mais simples e rápida é através da bioimpendânciometria que consegue medir o percentual de gordura corporal através da diferença condutora bioelétrica entre a água e a gordura corporal.

 

Por que algumas pessoas tendem a engordar com mais facilidade que as outras?

A elucidação de todos os motivos que levam algumas pessoas a estocarem mais gordura corporal, ainda está longe de ser totalmente definida pela ciência. Mas, já sabemos de vários fatores que determinam essa tendência, e a principal meta de tratamento está no controle desses fatores.

 

Quais são os fatores que propiciam algumas pessoas a engordar?

Primeiramente o genético – quem tem pais obesos tem tendência a ter 80% mais chance de ganhar peso.

Fator comportamental – principal causa de obesidade dos dias atuais. Trata-se de alimentação errada (em qualidade, quantidade e/ou número de refeições e tempo entre elas), associada ao sedentarismo ou gasto de energia indevido.

Fator psicológico – ansiedade aumentada gerando compulsão alimentar (comer exageradamente, com pressa, sem ter fome ou pouco tempo depois de já ter se alimentado).

Fator medicamentoso – existem determinados medicamentos que predispõem ao ganho de peso tais como: corticóides, antialérgicos, anticoncepcionais injetáveis, antidepressivos, etc.

Fator doença – algumas doenças como o hipotireoidismo, síndrome de cushing, síndrome dos ovários policísticos, etc, aumentam a propensão ao ganho de peso. No entanto, esse fator isolado não passa de 5% dos casos de ganho de peso.

Na verdade é difícil encontrar uma causa única de ganho de peso. Geralmente o que se percebe na prática é a associação desses fatores como responsáveis ao excesso de peso.

 

O que é obesidade?

A obesidade é um termo médico criado para caracterizar aqueles pacientes que acumularam gordura corporal excessiva levando ao aumento significativo do peso. Tal acometimento deve ser encarado hoje como uma doença (CID 10: E66), pois os trabalhos estatísticos científicos mostram maior propensão de doenças associadas a essa condição.

 

Como sei se estou obeso?

A obesidade é diagnosticada através do Índice de Massa Corporal (IMC) que nada mais é um comparativo entre o peso e a altura (peso / Altura² = kg/m²). O resultado obtido divide a obesidade em 3 graus que se diferem em gravidade e forma de tratamento:

- Grau 1 (ou obesidade leve): 30 a 34,9kg/m²

- Grau 2 (ou obesidade moderada): 35 a 39,9kg/m²

- Grau 3 (ou obesidade grave): igual ou maior que 40kg/m²

 

Existem outros parâmetros utilizados para o diagnóstico de obesidade?

Sim. Também utilizamos a medida da circunferência abdominal e o percentual de gordura corporal para corroborar com o diagnóstico da obesidade.

A medida da circunferência abdominal é realizada pegando-se a maior medida do abdome entre a última costela toráxica até a parte de cima do osso do quadril. É considerado como obesidade no adulto quando essa medida for maior que 88 cm no sexo feminino e maior que 102 cm no sexo masculino.

O percentual de gordura é já foi abordado nas questões acima.

 

O que é sobrepeso?

Sobrepeso é a nomenclatura que se dá ao individuo adulto que apresenta seu peso corporal acima do esperado para sua altura alcançando resultado do IMC acima de 25 até 30kg/m². Esse estado não indica necessariamente uma doença ou condição mórbida, mas apenas um alerta ao individuo que ele poderá se tornar um obeso e aí sim sofrer consequências da doença. 

 

Por que tenho que tratar a obesidade se me apresento no momento bem de saúde, disposto e com exames laboratoriais dentro da normalidade?

A obesidade é considerada uma doença dada à capacidade de atrair outras doenças para perto dela. A medicina quando bem aplicada deve ser mais preventiva do que curativa. Se as estatísticas mostram um maior percentual de comorbidades associadas à obesidade, é melhor tratar agora de uma única só doença do que posteriormente de outras doenças muitas vezes sem cura como o diabetes.

 

No que é baseado o tratamento da obesidade?

Como disse anteriormente, a obesidade é uma doença multifatorial, isto é, geralmente causada por vários fatores. Importante identificar todos os fatores envolvidos na gênese da doença para tratá-la adequadamente. Se o problema for comportamental como alimentação desregrada, sedentarismo, incentiva-se a mudança desses hábitos perniciosos. Se o problema for emocional como um período de ansiedade gerando um processo compulsivo, tenta-se de identificar a causa dessa ansiedade e combate-la com todas as armas disponíveis. Se for por uso de algum medicamento que possa ajudar no ganho de peso, avalia-se a real necessidade daquele medicamento e tenta-se a substituição do mesmo quando assim puder. Se for alguma doença, identifica-se a doença para que se faça o tratamento adequado da mesma, assim por diante.

 

Qual a função do médico endocrinologista mediante a pessoa com excesso de peso?

Primeiramente tentar fechar o diagnóstico nosológico do paciente através das ferramentas disponíveis (trata-se de um obeso, sobrepeso, ou uma pessoa com tendência ao ganho de peso ou quem apresenta apenas gorduras localizadas?). Fechado o diagnóstico, o endocrinologista vai identificar os fatores que estão favorecendo o paciente a ganhar peso para planejar o tratamento adequado. É importante afastar causas endócrinas do ganho de peso e doenças já instaladas como consequência do excesso de peso, para tratá-las adequadamente. É o endocrinologista o profissional gabaritado por medicar o paciente para ajudar na perda de peso, se necessário. O endocrinologista deve encaminhar o paciente a uma equipe multiprofissional (nutricionista, educador físico, psicólogo, etc), pois o sucesso no tratamento e manutenção da perda de peso é maior e mais duradouro quando envolve uma equipe de profissionais gabaritados, atuando cada um na sua devida área, e conectados entre si com o caso.

 

Qual a função do nutricionista ou nutrólogo no tratamento do paciente com excesso de peso?

O nutricionista ou nutrólogo são os profissionais mais gabaritados na questão de corrigir os maus hábitos alimentares do paciente. Portanto a função deles é de instruir ao paciente sobre a forma correta de se alimentar, e elaborar cardápio alimentar de acordo com o perfil de cada paciente (gostos alimentares, alergias, horários de trabalho, atividades esportivas, uso de suplementos alimentares, etc). A correção de hábitos alimentares errados é de fundamental importância tanto no tratamento do excesso de peso, quanto na manutenção do peso perdido. Além do mais, a correção de hábitos alimentares nocivos também previne o aparecimento de diversas outras doenças tais como os cânceres, demências, doenças metabólicas, e muitas outras.

 

Qual o papel do educador físico no tratamento do paciente com excesso de peso?

Costumo dizer que o papel desse profissional é de suma importância não somente na orientação do exercício correto como também como um grande incentivador do propósito do paciente, uma vez que se trata do profissional de maior contato com o paciente. Fazer exercícios não é somente colocar uma bermuda e tênis e sair andando ou correndo por aí. O excesso de peso pode prejudicar as articulações do joelho e coluna e até aí o educador físico tem que ter a perspicácia de introduzir o exercício físico ao paciente de maneira lenta e gradual de acordo com o perfil de cada um.

 

Qual o papel do psicólogo nos pacientes com excesso de peso?

Identificar e tratar a causa da ansiedade excessiva e compulsão alimentar com terapias diversas (cognitivo-comportamental, hipnose, etc). Importante salientar que muitas vezes a medicação pode ajudar nos sintomas da ansiedade e do comer compulsivo, mas não está tratando a causa do problema e sim a consequência dele.

 

Qual é o papel dos medicamentos no tratamento para a perda de peso?

Muitos pacientes depositam todas as esperanças do tratamento do excesso de peso no uso de medicamentos. No entanto, a medicação não é fundamental para tratar o problema, e sim somente um pequeno adjuvante do tratamento. As medicações anti-obesidade devem ser usadas criteriosamente de acordo com o perfil de cada paciente levando-se em conta uma série de fatores, como: a real necessidade do seu uso, efeitos colaterais da medicação, interação com outros medicamentos em uso, risco de afetar outras doenças já instaladas além da obesidade, e sintomas apresentados pelo paciente (fome excessiva, ansiedade, compulsão, etc).

 

Por que algumas pessoas voltam a ganhar mais peso que do que estavam antes do uso de medicamentos anti-obesidade?

Diversos são os fatores para que isso aconteça:  

- Depositar toda esperança do tratamento no uso do medicamento, sem corrigir os fatores que desencadearam aquela situação.

- Fazer tratamento com dietas mirabolantes (dietas da moda): tais dietas ajudam na perda de peso, no entanto pode haver uma perda acentuada de peso em massa magra (músculos) que desencadearia uma diminuição acentuada do metabolismo com dificuldade em manter o peso perdido, retornando o peso anterior, no que é pior – somente com mais gordura que antes e menos massa muscular. Desta forma, a próxima tentativa para a perda de peso será com maior dificuldade. Esse é o grande mal do “efeito sanfona” de engordar e emagrecer de forma errada.

- Não finalizar o tratamento no tempo certo: depois de atingida a meta traçada para a perda de peso, é hora de começar outra fase do tratamento chamada de manutenção. Exatamente aí que mora o perigo, pois o paciente chegou onde ele queria e não entende a necessidade acompanhar um profissional. Entretanto, é nessa fase que se retira gradativamente a medicação prescrita, que nivela a dieta de acordo com o gasto calórico do paciente, e que se frisa a importância de comportamentos saudáveis na alimentação e na prática regular de exercícios físicos para que não volte mais a ganhar peso.

 

O que é metabolismo?

É um jargão médico utilizado para sintetizar todas as reações químicas que ocorrem no corpo e que gastam energia.

 

Por que algumas pessoas têm mais facilidade para engordar que as outras?

Tudo depende do metabolismo corporal de cada pessoa, e das influências que ele pode sofrer de acordo com:

- A genética;

- O biotipo (quanto maior massa de músculos ou massa magra, maior o metabolismo);

- O peso (quanto maior o peso maior o metabolismo);

- A idade (quanto maior a idade menor o metabolismo);

- O sexo (metabolismo masculino é maior que o feminino)

- O tipo de atividade profissional exercida (trabalhos braçais gastam mais energia que os trabalhos pensativos)

- A presença de doenças (ex. hipotireoidismo faz o metabolismo diminuir).

- Obesidade na infância – quem foi obeso na infância tem tendência maior a se tornar um adulto obeso, pois as células que armazenam gordura – adipócitos – são formadas na sua maior parte durante a infância, e uma vez criadas, permanecem no corpo durante toda a vida, só esperando o estímulo excessivo para se encherem de gordura novamente.

 

Como seriam as instruções alimentares básicas para quem deseja perder peso?

- Aprender a comer pouco, mas sempre. Quem come muito, mas em poucas refeições libera algumas substâncias em grande quantidade como o hormônio insulina cuja função é guardar toda a energia consumida dos alimentos dentro das células, inclusive nos adipócitos - tecido gorduroso. Além do mais, quem passa muito tempo sem se alimentar, o organismo se defende desacelerando o metabolismo e aumentando a fome através da liberação da substância grelina (fome excessiva + metabolismo lentificado = ganho de gordura).

- Evite comer carboidratos refinados e de fácil absorção como os açúcares e quitandas – esses carboidratos como disse anteriormente, por serem de fácil absorção transformam-se rapidamente em glicose na corrente sanguínea – principal combustível das células – o que estimula a produção acentuada do hormônio insulina pelas células do pâncreas. Caso as células não necessitem de toda quantidade do combustível oferecido, a insulina transformará a glicose em gordura para ser armazenada nos adipócitos (células de gordura).

- Aliado ao raciocínio acima, aprenda a comer carboidratos misturados a alimentos ricos em fibras e/ou proteínas, pois essas substâncias retardam a absorção da glicose a nível intestinal permitindo ao pâncreas uma menor produção da insulina.

- Coma menos no período noturno, principalmente carboidratos, pois nesse período nossas células estão mais em repouso, gastando menos energia. Se oferecermos a elas mais energia que necessitam propiciará à estocagem de energia no tecido adiposo.

- Não faça da sua dieta um martírio de punição por ter engordado. Entenda que é necessário abdicar a alguns prazeres excessivos da vida, mas, permita-se a comer de vez enquanto, sem abusos, algo que realmente goste.

- Não faça dieta muito rigorosa, uma vez que a perda de peso rápida demais, pode também fazer você perder massa muscular e assim desacelerar muito seu metabolismo dificultando na manutenção do peso perdido.

- Não faça dieta hipocalórica de forma contínua, pois nosso organismo tenderá sempre ao equilíbrio e lançará meios para desacelerar seu metabolismo ao mesmo nível da dieta em que está fazendo, pois ele acredita que essa será sempre a quantidade de calorias que você oferecerá a ele. Deixe pelo menos um dia da semana sem dieta, para confundir seu organismo de que aquela quantidade de energia dos outros dias da semana não será sempre a quantidade ofertada a ele. Mas, cuidado com os abusos para não colocar em risco tudo que fez durante a semana.

- Não coma para emagrecer – coma para obter saúde, pois assim a perda de peso virá por acréscimo. Aprenda que as modificações no hábito alimentar devem ser permanentes e não somente até perder o peso desejado.

- Beba bastante água, entre 2 a 3 litros ao dia. A água é o principal veículo que subsidia o metabolismo corporal. Sem ela, o metabolismo fica fraco e lento. Além do mais, a água serve para eliminar pelas vias renais, as impurezas dos alimentos ingeridos. Muitas vezes também, nosso organismo emite sinais confusos de fome sendo que na verdade o que ele deseja é líquido. Ao tomarmos um copo de água, essa sensação fome pode ser saciada.

- Coma prestando atenção no ato que está fazendo. Descanse os talheres sobre mesa enquanto mastiga bem os alimentos. Comer de forma rápida, ou distraidamente em frente à TV ou ao computador, pode favorecer para que coma mais que seu organismo necessite.

- Saia da mesa com a sensação de que poderia comer mais um pouco. O sinal de saciedade atinge um pico máximo de ação no cérebro após aproximadamente 20 minutos que iniciamos nossa refeição. Portanto, acabou de comer, saia da mesa para não cair na falsa sensação de que ainda está com fome.

 

Qual seria a atividade física ideal para quem deseja perder peso?

Para quem nunca fez exercício físico o ideal é começar, seja ele qual for. Inicie de forma lenta e gradual de acordo com seu preparo e condições físicas. Não vá com muita sede ao pote, e querer tornar-se um atleta da noite para o dia – o risco de desenvolver lesões nesta fase é altíssimo! A medida que for adquirindo condicionamento físico e perdendo peso, aumente o ritmo gradativamente. Exemplo: Uma simples caminhada pode ser útil. Coloque roupas apropriadas como tênis, roupas leves que propiciem a transpiração e inicie em local plano e em horário apropriado (não vá sair andando debaixo de sol escaldante!). Inicie 3 a 4 vezes na semana com 30 minutos diários. Acelere as passadas a medida que for se condicionando. Quando já estiver em um ritmo quase correndo, aumente o tempo gradativamente de 30 para 40, 50 até 60 minutos. Tente aumentar também a frequência das caminhadas para 4 a 6 vezes na semana. Quando já estiver condicionado e fazendo caminhadas em 60 minutos diários, tente novos desafios como fazer trotes intercalados com a caminhada, subidas em pequenos morros, etc. É importante não adotar o mesmo ritmo de exercícios regularmente, pois o organismo se habitua com seu ritmo e passa a condicioná-lo a não gastar mais energia. Os exercícios devem ser modificamos pelo menos a cada 3 meses. Esse foi exemplo de caminhada, mas o interessante é associar com o que goste (natação, dança, tênis, academia, bicicleta, etc). Faça o mesmo em todas modalidades – inicie gradativamente e aumente o ritmo quando ganhar resistência.

Se não gostar de fazer qualquer atividade física, faça assim mesmo, pois na vida não fazemos só o que gostamos! Exercitar é fundamental não somente para a perda de peso, mas para manter o peso perdido. Além do mais, exercícios físicos são importantes para manter ossos fortes, bom condicionamento respiratório, melhoria na circulação sanguínea, aumento da memória, diminuição do estresse e ansiedade, melhora da socialização, entre vários outros benefícios comprovados cientificamente.

 

Quais exercícios físicos ajudam mais na perda de peso: aeróbicos ou anaeróbicos?

De preferência os dois. Numa fase inicial a atividade aeróbica (aquela que exercita grandes grupamentos musculares ao mesmo tempo como nas caminhadas, corridas, ciclismo, natação, dança e etc) deve ser maior, pois a queima de gorduras com ela é maior. Nas não esquecendo de fazer as atividades anaeróbicas, que mobilizam menores grupamentos musculares e aumentam a força e hipertrofia muscular, são também importantes pois com o ganho de massa magra a tendência é acelerar mais o metabolismo, o que possibilita maior manutenção do peso perdido. A medida que for perdendo peso e chegando mais perto do objetivo traçado para o peso ideal, é necessário fazer 50% de atividade aeróbica e 50% de anaeróbica. Mas, somente o profissional de educação física saberá fazer, de forma correta, a modificação dos seus exercícios no tempo adequado!

 

Qual a sugestão para aqueles que carecem de tempo para exercitar?

A falta de tempo não pode ser desculpa para não ser exercitar! Existem vários programas de exercícios físicos para iniciantes que podem ser praticados em casa com curto espaço de tempo (entre 10 a 20 min por dia). Você encontrará vários aplicativos para essa finalidade, tais como BTFIT, Seven Workout, entre outros. Vamos começar?!

 

O que é a cirurgia bariátrica?

Cirurgia bariátrica ou gastroplastia ou Cirurgia da obesidade ou Cirurgia de redução do estômago, é, como próprio nome diz, uma plástica no estômago (gastro=estômago, plastia=plástica), que tem como objetivo reduzir o peso de pessoas com o IMC muito elevado.

 

Para quem está indicado a cirurgia bariátrica?

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cirurgia bariátrica está indicada para paciente com IMC acima de 35kg/m² que tenham complicações relacionadas ao excesso de peso, tais como: diabetes, hipertensão arterial, apnéia do sono, aumento das gorduras no sangue, problemas articulares, etc, ou pacientes com IMC maior que 40kg/m², que não tenham obtido sucesso na perda de peso com outros tratamentos.

 

Quais os tipos de cirurgia bariátrica?

Existem 3 tipos básicos de cirurgias bariátricas. As cirurgias que apenas diminuem o tamanho do estômago são chamadas do tipo restritivo (Banda Gástrica Ajustável, Gastroplastia vertical com bandagem ou cirurgia de Masan e a Gastroplastia vertical e “sleeve”). A perda de peso se faz pela redução da ingestão de alimentos. Existem, também, as cirurgias mistas, nas quais há a redução do tamanho do estômago e também um desvio do transito intestinal, havendo desta forma, além da redução da ingestão, diminuição da absorção dos alimentos. As cirurgias mistas podem ser predominantemente restritivas (derivação gástrica com ou sem anel) ou predominantemente disabsortivas (derivações bilio-pancreáticas).

 

Quais as possíveis complicações da cirurgia bariátrica?

Além das complicações inerentes a toda e qualquer cirurgia (sangramentos, infecções, morte), a cirurgia bariátrica pode trazer complicações a longo prazo como deficiências nutricionais (anemias por deficiência de ferro, vitamina B12, ácido fólico, desnutrição), diarréias, síndrome de dupping (sudorese, taquicardia, mal estar ao se alimentar de determinados alimentos), hipoglicemias, maior tendência a desenvolver osteoporose (principalmente por deficiência na absorção de cálcio e vitamina D), distúrbios psicológicos como trocas de hábitos compulsivos alimentares por compulsão pelo álcool, cigarros, jogos, etc. 

 

Minhas considerações sobre a cirurgia bariátrica.

A cirurgia bariátrica é mais uma modalidade de tratamento na ajuda de pessoas apregoadas pela obesidade em graus mais avançados e com dificuldades na perda de peso de maneira convencional. Por se tratar de procedimento com grande êxito na perda de peso, quando bem indicada e acompanhada pode melhorar muito a qualidade de vida dos obesos, inclusive já atacado por outras comorbidades associadas ao excesso de peso. No entanto, há de considerar que ultimamente a cirurgia bariátrica tem sido banalizada quanto a seus riscos, sendo procurada por pessoas que desejam apenas obter a via mais rápida da perda de peso, sem ao menos tentar de forma mais empenhada o tratamento clínico. Tenho assistido muito, após 5 a 6 anos de cirurgia bariátrica, o reganho de peso desses pacientes que não  entenderam, em sua maior parte, que a obesidade é, na maior parte, fruto de abusos cometidos contra o próprio corpo no passado, e que para aprender a tratá-lo melhor necessitamos mudanças mais íntimas no nosso ser, reformulando nossa forma de pensar, agir, principalmente no que se concerne à educação alimentar e na prática de atividades regulares. 

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