Formiga / MG - terça-feira, 23 de abril de 2024

Diabetes mellitus (DM)



O que é diabetes?

Diabetes é uma fraqueza do pâncreas em produzir quantidade suficiente do hormônio chamado insulina. A insulina é como uma espécie de chave que abre a porta das células de todo nosso organismo para a entrada da glicose. Esta, por sua vez, é o principal combustível que ajuda nossas células sobreviverem e desempenharem suas tarefas. Logo, a falta das chaves (insulina) ou se as chaves não servirem para abrir as portas das células para o combustível (glicose) entrar, esse combustível vai se acumular de fora das células na corrente sanguínea (hiperglicemia) e as células, pela falta de combustível, não trabalharão direito podendo até perderem suas funções e deixarem de existir.

 

Por que o pâncreas fica fraco em produzir insulina?

Geralmente o pâncreas já nasce com um problema genético que o leva ao longo dos anos a sua falência. Isso é o que acontece com o diabetes do tipo 2 – o mais comum. Situações que forçam o pâncreas a trabalhar mais forçadamente como na obesidade, no estresse, e em algumas doenças, podem antecipar o aparecimento do diabetes que estava programado a aparecer numa idade mais avançada. Já no diabetes tipo 1, forma menos comum da doença, o problema é desencadeado por um defeito no sistema de defesa do nosso corpo. Os anticorpos, células programadas pra nos defender contra o ataque dos vírus, bactérias e outros organismos invasores, começam a atacar as próprias células do organismo, especialmente as células Beta, produtoras de insulina no pâncreas, pensando erradamente serem elas também inimigos do corpo. Existem várias doenças que se manifestam dessa forma e damos a elas o nome de doenças auto-imunes. Esse ataque contra as células produtoras de insulina gera um intenso processo inflamatório local e conseqüente perda da função pela morte dessas células.

 

Além da obesidade, existem outros fatores que aumentam a chance de desenvolver o diabetes tipo 2?

Sim. São eles:

- História familiar de diabetes, principalmente em parentes de primeiro grau.

- Alterações glicêmicas prévias indicando um pré-diabetes.

- Hipertensão em adultos.

- Taxa de colesterol HDL menor que 35 e triglicerídeos maior ou igual a 250mg/dl.

- História prévia de diabetes gestacional ou nascimento de criança com mais de 4kg.

- Portadoras da síndrome dos ovários policísticos.

- Pacientes que tiveram diabetes gestacional ou filhos nascidos com mais de 4 Kg. 

 

Como se faz o diagnóstico do diabetes?

Através do exame de laboratório chamado glicemia, é medida a taxa de glicose no sangue, e se esta estiver acima de 126mg/dl em jejum de pelo menos 8 horas, é muito provável que esteja com diabetes. Um resultado de exame de sangue laboratorial coletado a qualquer hora do dia, independente de jejum, com valor superior a 200mg/dl de glicose no sangue também dá o diagnóstico de diabetes, principalmente se a pessoa tiver com os sintomas da doença. Os exames realizados em aparelhos de glicemia capilar apresentam uma pequena margem de erro, mas não são utilizados para fazer o diagnóstico e, portanto, se você fez esse tipo de exame revelando os valores acima dos descritos, é importante que se confirme com a glicemia de laboratório. Ultimamente, tem se realizado também um exame chamado hemoglobina glicada A1c que estima como ficou a média das glicemias nos últimos 90 dias. Se o resultado da A1c for superior a 6,5% é bem provável que você também esteja com diabetes e novos exames devem ser realizados.

 

O que pré-diabetes?

É um estado intermediário, definido laboratorialmente, onde o indivíduo se encontra na faixa de glicemia de jejum entre 100 a 125mg/dl e de glicemia pós prandial entre 140 a 200mg/dl. A Associação Americana de Diabetes (ADA) acrescentou também valores de hemoglobina glicada A1c entre 5,5 a6,4% como critério diagnóstico de pré-diabetes.

 

Quando está indicado o uso de medicamentos no tratamento do pré-diabetes?

Quando o paciente tiver idade menor que 60 anos;

IMC maior que 35kg/m²;

História familiar em parentes de primeiro grau;

Presença de triglicerídeos elevados e HDL colesterol diminuído;

Presença de hipertensão;

Hemoglobina glicada A1c maior que 6%

 

O que se sente quando está com diabetes?

Os sintomas mais comuns no diabetes são: secura na boca, sede intensa, vontade freqüente de urinar,  fazendo com que a pessoa levante várias vezes à noite para isso, tonturas, fraqueza, perda de peso, podendo levar a desidratação e ao coma em fase avançadas da doença. Porém, na grande maioria das vezes o diabetes apresenta-se de maneira silenciosa sem muitos sintomas. E aí é que mora o grande perigo, pois muitas pessoas descobrem ou deixam para tratar a doença já em fases tardias já apresentando muitas complicações.

 

Quais são as principais complicações do diabetes?

Existem as complicações agudas que são aumento significativo da glicose sanguínea (hiperglicemia) levando a quadros de desidratação, e acidez do sangue (cetoacidose diabética ou coma hiperosmolar não cetótico). A queda abrupta e acentuada da glicose chamado de hipoglicemia é também considerada uma complicação aguda geralmente ocasionada pelo uso excessivo de insulina ou de medicações orais para tratamento do diabetes. Tanto a hiperglicemia quanto a hipoglicemia, principalmente essa, se não forem tratadas à tempo podem levar a estados de perda da consciência, coma até a morte.

Outras complicações ditas crônicas no diabetes se dão por acometimento tanto de vasos sanguíneos quanto de nervos gerados por um processo inflamatório crônico. Quando acometem os vasos de menor calibre, órgãos como os olhos, os rins e os nervos sentem mais, levando a doenças com grave impacto na qualidade de vida do diabético como a cegueira, insuficiência renal, perdas de sensibilidades nas mãos e pés ocasionando deformidades, calosidades e feridas de difícil cicatrização com necessidade muitas vezes de amputação de membros. Já o acometimento de vasos maiores pode levar ao infarto do coração e derrame cerebral (acidente vascular cerebral) que são as principais causas de morte nos diabéticos.

 

O que é microalbuminúria?

É a perda de pequenos fragmentos de proteína pelas vias urinárias. Quando maior que 30mg em 24h (ou 30mg/mg de creatinina) indica algum grau de sofrimento renal. Esse exame evidencia o acometimento dos rins pelo diabetes e deve ser solicitado pelo menos 1 a 2 vezes ao ano. Quando mais cedo for diagnosticado, mais fácil é de ser tratado. Em fases avançadas pode causar lesões irreversíveis nos rins.

 

O que é retinopatia diabética?

É uma complicação freqüente do diabetes de longa data (maior que 10 anos de doença) sem tratamento adequado. Acomete os pequenos vasos que irrigam a membrana de dentro do olho chamada retina, responsável pela formação da imagem no olho. Esses vasos vão se tornando mais frágeis formando pequenos aneurismas que quando se rompem podem causar hemorragias extensas levando a cegueira temporária ou definitiva. Todo diabético tipo 2 após o diagnóstico e todo diabético tipo 1 após 5 anos de diagnóstico deverão se submeterem ao exame oftalmológico de fundo de olho para detectar a presença da retinopatia. Mesmo na ausência de retinopatia, esse exame deverá ser refeito pelo menos uma vez ao ano. Quando detectado em fases iniciais, uma simples melhora do diabetes e da hipertensão arterial poderá estabilizar o quadro, mas em fases mais avançadas é necessário cauterizar esses vasos mais frágeis com raios laser para evitar futuros sangramentos.

 

O que é neuropatia diabética?

Neuropatia é uma complicação crônica do diabetes que acomete os nervos de várias partes do corpo sendo mais frequente nas mãos e pés (polineuropatia periférica). É mais comum de acontecer em pacientes que tem mais de 10 anos de evolução da doença e que apresenta um mau controle da mesma. Os sintomas mais comuns são dor em queimação, “formigamentos”, até completa perda da sensibilidade tátil e dolorosa o que a deformações e calosidades nos pés. Outros sintomas menos frequentes são fraquezas, alterações no hábito intestinal como diarréias e constipação, dores abdominais, impotência sexual, etc.

 

Como faço para não ter complicações no diabetes?

Os trabalhos científicos mostram que quando a doença é bem controlada com taxas de glicose e hemoglobina glicada mantendo-se dentro ou próximo das faixas de normalidade, os riscos para desenvolverem as complicações são bem menores.

 

Como deve ser feito um bom tratamento no diabetes?

A primeira medida que o paciente diabético deve adotar é a DISCIPLINA. Essa palavra e sua aplicabilidade são fundamentais para um bom controle do diabetes. Sem a DISCIPLINA o diabético está fadado a desenvolver mais precocemente suas complicações, comprometendo sua qualidade de vida.  Ser disciplinado significa: ter horários rígidos para alimentar, saber o que comer, a quantidade do que comer, exercitar-se com freqüência, tomar religiosamente os medicamentos receitados, fazer exames periódicos sobretudo glicemias no domicílio,  consultar periodicamente seu médico entendido em diabetes. Portanto, para quem não tem o hábito de ser disciplinado, terá que MUDAR seu ESTILO DE VIDA!

 

O que é carboidrato?

Quando comemos, oferecemos basicamente seis tipos de nutrientes ao nosso organismo: carboidratos, proteínas, gorduras, fibras, vitaminas e sais minerais. Os carboidratos são os nutrientes responsáveis por oferecerem quantidades mais rápidas de energia ao corpo. Portanto, são alimentos basicamente energéticos! Eles são mais encontrados nas massas, farinhas, arroz, milho e principalmente no açúcar.

 

Como dever ser feita a alimentação do diabético?

Tenha horários mais rigorosos para se alimentar. Os horários são importantes porque as medicações têm um tempo exato para fazerem seus efeitos.

Aprenda a se alimentar pouco, mas freqüente. Quer dizer comer fracionado, pelo menos em seis ou mais refeições ao dia. Comer muito em poucas refeições aumenta as chances de subir mais as taxas de glicose após essas refeições.

Parar com uso do açúcar e todos os alimentos que o contenha. O açúcar é o carboidrato de mais fácil absorção. Não precisa nem esperar que ele chegue ao intestino pra ser absorvido, pois lá na boca já tem início sua absorção. Logo, o açúcar aumenta muito rapidamente as taxas de glicemia forçando o pâncreas a trabalhar exageradamente, ou não coincidindo o tempo de ação da insulina, nos casos de diabéticos que necessitam aplicá-la externamente,  com a rápida elevação da glicose sanguínea.

Diminua a porção de outros carboidratos mais simples como os feitos de farinhas brancas e refinadas (exemplo: quitandas, pães, macarrão, etc). Esses carboidratos também apresentam maior facilidade de serem absorvidos e deverão ser consumidos com moderação, ou de preferência serem substituídos pelos feitos de farinha integral (pão integral, biscoito integral, macarrão integral, arroz integral, etc). As fibras dos alimentos integrais dificultam a absorção desses carboidratos, mas isso não quer dizer que podem ser consumidos em abundância!

Quando fizer uso de carboidratos aprenda a comer junto com eles, alimentos ricos em fibras e/ou proteínas, pois esses alimentos também atrapalham a absorção dos carboidratos fazendo com que eles sejam absorvidos de maneira lenta e gradual dando tempo para o pâncreas em produzir a quantidade necessária de insulina sem forçá-lo tanto, ou dando tempo para que a insulina aplicada possa agir oportunamente junto com a elevação da taxa glicêmica. Então comer uma fatia de pão puro (carboidrato) eleva mais rapidamente a glicose do que comer a mesma fatia junto com uma fatia de queijo (proteína) e uma porção de fruta (fibras), ou seja carboidrato + fibras + proteínas = absorção mais lenta de glicose.

Aumente a oferta de alimentos como frutas, verduras e hortaliças, principalmente cruas e com folhas inteiras, pois assim está aumentando a oferta de fibras na sua dieta.

Alimentos que vem debaixo da terra como as raízes (mandioca, beterraba, cenoura, cará, etc) não são proibidos no diabetes. Devem somente ser consumidos com moderação porque são mais ricos em carboidratos.

Evite alimentos pouco saudáveis como as gorduras de origem animal, frituras e sal. Esses alimentos podem até não aumentar a glicose diretamente, mas favorecem à elevação do colesterol e da pressão arterial que são também fatores de risco para desenvolvimento de doenças cardio-vasculares, assim como o diabetes.

Consuma moderadamente os produtos diet que podem ser desprovidos de açúcar, no entanto alguns contém muitas calorias, propiciando ao ganho de peso que a médio-longo prazo piora o controle do diabetes. Esses alimentos podem conter também adoçantes ricos em sódio favorecendo ao aumento da pressão arterial.

Beba muita água, para ajudar no bom funcionando dos rins e excretar os radicais livres, substancias que danificam nosso organismo, formados mais comumente no diabetes.

 

Qual a importância do exercício físico para controlar o diabetes?

Os exercícios físicos ajudam a manter o corpo em forma, diminuindo o excesso de peso naqueles que necessitam ou dificultando seu ganho. Como dito anteriormente, a gordura corporal é o principal fator de risco para o aparecimento do diabetes, pois ela dificulta a ação da insulina nas regiões periféricas do corpo (resistência insulínica) fazendo com que o pâncreas tenha que trabalhar mais que o normal na produção dessa substância para desempenhar sua função que é de guardar a energia (glicose) dentro das células.

Outra importância dos exercícios físicos aos diabéticos é pelo fato de que os músculos são partes do corpo que gastam muita energia (glicose), e neles existem regiões que estocam essa energia para serem usadas em situações de grande demanda como nos exercícios físicos vigorosos. Esses depósitos no músculo chamados de glicogênio não dependem da insulina para colocar a glicose dentro deles. Quanto mais exercícios físicos o diabético fizer, mais glicose do glicogênio será consumida deixando-o livre para captar e estocar mais glicose sanguínea. Logo, os exercícios físicos são importantes fontes de consumo de glicose sanguínea no diabetes, sem a necessidade de forçar o pâncreas já enfraquecido pela doença, em produzir mais insulina.

 

Qual a importância de medir as glicemias em casa?

Todo diabético, independente de ser do tipo 1 ou 2 deve monitorar suas glicemias no domicílio. Trabalhos estatísticos mostram que mesmo não tomando insulina, os diabéticos que se condicionam a medir pelo menos 1 vez a cada 10 dias suas glicemias, são mais propensos ao bom controle da doença, e portando apresentam menos complicações. A freqüência das medidas deve ser dada pela gravidade da doença e pelo uso de insulina. Diabéticos tipo 1 ou tipo 2 já em uso de insulina, devem, para ajustar as doses da insulina aplicada, medir suas glicemias diariamente, e mais de 1 vez ao dia. Paciente com complicações já instaladas, também devem ser mais rigorosos com as mensurações das glicemias para obterem, rapidamente, melhor controle da doença e evitar progressão de suas complicações. Além do mais, essas medidas são ferramentas valiosas das quais o médico utiliza para corrigir as doses das insulinas aplicadas. Portanto, devem ser cuidadosamente anotadas em uma tabela constando o dia, hora e o valor da glicemia aferida para serem entregues ao seu médico na próxima consulta (para saber como construir essa tabela, veja um exemplo dela nesse mesmo site).

 

Como faço para medir a glicemia picando o dedo sem sentir dor?

É possível tomar algumas medidas que ajudam a diminuir ou praticamente não sentir dor para avaliar as glicemias com glicosímetro. Para tanto é necessário seguir as seguintes orientações:

- Lave bem as mãos com água e sabão antes da medida da glicose. Nos dias mais frios, lave as mãos com água morna, se possível, para que a gota de sangue saia mais facilmente. Um chumaço de algodão com álcool poderá também ser usado.

- Enxugue as mãos com uma toalha limpa ou com algodão seco.

- Deixe a mão pendente por um tempo para que o sangue se acumule mais nas extremidades.

- Não pique a ponta do dedo e sim ao redor dela, onde a sensibilidade é menor. Escolha um local ao redor da polpa do dedo. Utilize de preferência o dedo anelar (dedo do anel), pois esse dedo comprovadamente apresenta menor sensibilidade. A tendência é que vá criando uma espécie de calo no local das picadas que vão tornando as picadas cada vez menos doloridas. Mas, caso verifique aumento da dor no mesmo dedo, alterne a picada em outros dedos.

- Aperte o dedo que será picado e mantenha-o apertado, abaixo do local onde será picado, para se obter uma gota de sangue mais espessa sem a necessidade de penetrar tanto a lanceta (ou agulha).

- Use lancetas para perfurar a pele do dedo. Elas são mais finais e especialmente fabricadas para diminuir a dor na picada. Essas lancetas são distribuídas pela rede pública aos diabéticos que fazem uso de insulina. Evite as agulhas, mas se usa-las, prefira as de insulina, principalmente para crianças.

- Use lancetadores (ou picadores). Lancetador é um dispositivo simples, barato e encontrado com facilidade em farmácias especializadas em produtos para diabetes e em farmácias de rede. Existem os universais que aceitam qualquer tipo de lanceta. Sua funcionalidade consiste em fazer com que a lanceta penetre na pele do dedo de forma tão rápida que dificilmente sentirá dor. Leia as instruções do lancetador, antes de usá-lo.

 

Qual a medicação de escolha no início da terapia do diabetes?

Tudo vai depender do tipo de diabetes, dos sintomas apresentados pelo paciente, dos níveis das glicemias e A1c, das contra-indicações ao uso do medicamento.

No diabetes tipo 2, geralmente a medicação de escolha é metformina devido seu potencial de melhora glicêmica, ausência de ganho de peso e hipoglicemia, boa aderência ao tratamento e segurança de mais de 40 anos de uso em todo mundo. No entanto, em casos de valores hiperglicemia grave (glicemia de jejum maior que 250mg/dl ou A1c > 12%), ou nos paciente com muitos sintomas, o ideal é que se inicie o tratamento com insulina, mesmo que temporariamente.

Nas diabéticas gestacional a insulina ainda é considerada a terapia de primeira linha. A metformina e a glibenclamida mostraram não ser prejudiciais para o feto, mas ainda não foram aprovadas pela Associação Americana de Diabetes (ADA) e Organização Mundial de Saúde (OMS).

No diabetes tipo 1 sempre o tratamento medicamentoso se faz com uso de insulinoterapia.

 

O que é insulina?

Insulina é um hormônio protéico, constituído por 51 aminoácido (bases protéicas), distribuídos em 2 cadeias, A e B, unidades entre sim por 2 pontes sulfidrílicas, produzido pelo pâncreas e que tem como função básica a manutenção da glicemia dentro dos limites da normalidade. As insulinas utilizadas para uso externo (aplicada), no início eram extraídas a partir de extratos pancreáticos do boi e porco. Devido ao alto grau de impureza dessas insulinas os riscos de alergias com seu uso eram aumentados. Nas últimas décadas, através de técnicas mais avançadas como a do DNA recombinantes, hoje temos no mercado insulinas mais puras chamadas de insulina humana. Existem no mercado várias marcas e tipos de insulina, mas não existe uma insulina melhor que a outra. O que difere umas das outras insulinas é o tempo de início de ação, pico máximo de ação, e tempo de duração. Algumas não têm picos de ação o que favorece para diminuir os riscos de hipoglicemias. Estas características peculiares de cada insulina se dão pela troca de aminoácidos na cadeia protéica da molécula da insulina e pelo uso de substâncias adjuvantes (protamina ou zinco) que prolongam ou diminuem o tempo de ação das insulinas.

 

A quem é indicado o uso de insulina?

- Todos portadores de diabetes tipo 1;

- Em casos de coma hiperglicêmico;

- Na cetoacidose diabética;

- Nas gestantes portadoras de diabetes;

- Na correção de picos glicêmicos, pós prandiais;

- Associadas ao uso de comprimidos orais, ou substituindo-os, quando deixam de ser eficazes por si só, no controle do diabetes;

- Em terapia temporária nos diabéticos tipo 2, para obter um bom controle naqueles com hiperglicemia severa, para reduzir a glicotoxidade pancreática;

- Na vigência de algumas infecções no portador de diabetes tipo 2;

- Para recuperação de peso, diabetes tipo 2, quando extremamente baixos;

- Antes, durante e após as cirurgias;

- Na correção de hiperglicemia noturna (fenômeno Dawn).

 

O que são insulinas ultra-rápidas?

São insulinas como o próprio nome diz: de ação e picos ultra-rápidos.

Assemelham-se à água de rocha, cristalina e transparente.

É injetada na gordura subcutânea (SC) ou endovenosa (EV).

Não contém as substâncias protamina e zinco.

Age de maneira mais semelhante à insulina produzida pelo pâncreas normal.

Pode ser misturada na mesma seringa junto com insulina NPH, desde que injetada imediatamente após o preparo, mas não pode ser mistura com insulina glargina e detemir.

Não devem ser usadas isoladamente para o controle rotineiro (diário) do diabetes.

Não estão disponíveis gratuitamente no sistema público de saúde.

São elas:

Lispro (humalog): sua ação se inicia em 1 a 5 minutos; atinge o pico máximo no sangue em 30 minutos; período máximo de ação persiste até 2,5 horas; e dura de 3 a 4 horas.

Asparte (novorapid): sua ação de inicia em 10 a 20 minutos; atinge o pico máximo no sangue em 1 a 3 horas e dura de 3 a 5 horas.

Glulisina (apidra): sua ação se inicia em 1 a 5 minutos; atinge o pico máximo no sangue em 30 minutos; período máximo de ação persiste até 2,5 horas; e dura de 3 a 4 horas.

 

 Qual é a indicação das insulinas ultra-rápidas?

- Para reduzir os picos (elevações) da glicemia após qualquer refeição (melhor controle pós prandial);

- Pode ser injetada 5 a 20 minutos antes ou após qualquer refeição, sendo mais flexível que a insulina Regular. Em crianças menores, como garantia de dose/efeito, é recomendado injetar as unidades de insulina correspondente após a alimentação de acordo com a porção alimentar ingerida, para não correr o risco de hipoglicemia quando se aplica antes da refeição e a criança não coma tudo que foi programa pela dose da insulina injetada.

- Para complementação das insulina NPH ou glargina ou detemir. 

- Para reduzir as hipoglicemias tardias que ocorre com o uso da insulina Regular. Exemplo: a insulina Regular quando utilizada à noite pode aumentar a probabilidade de hipoglicemias na madrugada, e com o uso das insulinas ultra-rápidas a chance disso acontecer é mínimo, pois elas agem menos tempo no organismo.

- Para uso de bombas de infusão de insulina.

 

O que é a insulina Regular (R)?

Também chamada de insulina rápida, pois são insulinas que agem também mais rapidamente, mas não tão rápido como as insulinas ultra-rápidas.

Assemelham-se a água de rocha, cristalina e transparente.

Pode ser injetada no músculo (IM), na gordura subcutânea (SC), e também na veia (EV).

Sua ação se inicia em 30 a 60 minutos após a aplicação, atinge o máximo no sangue em 2 a 4 horas, e dura de 6 a 10 horas. Quando injetada no músculo ou na veia esses tempos são menores.

Não deve usada para controle rotineiro (diário) do diabetes.

Está disponível gratuitamente no sistema público de saúde.

Nomes comerciais: Humulin R e Novolin R.

 

Quais são as indicações do uso da insulina Regular (R)?

- Complementação da insulina NPH (N). Usá-la 30 minutos antes da refeição para coincidir com seu início de ação. Pode ser misturada à insulina NPH (N) para ser aplica 20 a 30 minutos antes das refeições;

- Em quaiquer cirurgias;

- Em urências (infecções, traumas, etc);

- Em cetoacidose e coma cetoacidóticos;

 

O que é insulina NPH (N)?

É um tipo de insulina que tem ação intermediária, pois é adicionado uma substância chamada protamina que prolongam seus efeitos, e desta forma não age de imediato como a Regular e nem tão prolongadamente como as insulinas ultra-lentas.

Deve ser injetada no subcutâneo (SC) de preferência e intramuscular (IM), apesar de não recomendado. NUNCA INJETAR NA VEIA!

Sua ação inicia-se em 2 a 6 horas, atinge o pico máximo no sangue em 6 a 14 horas, e dura de 14 a 18 horas. Assim se injetarmos às 6 horas da manhã, teremos o pico máximo entre 12 a 20 horas (almoço, pós almoço até antes do jantar), encerrando sua ação em torno das 24 horas. No entanto, é importante saber que existe grande variação nesses tempos, de acordo como várias características como local de aplicação, massa corporal do paciente, tipo de atividade cotidiana do paciente, exercícios físicos, etc.

Está disponível gratuitamente no sistema público de saúde.

Nomes comerciais: Humulin N, Novolin N.

 

Quais as indicações para o uso da insulina NPH (N)?

- Pacientes com diabetes tipo 1;

- Paciente com diabetes tipo 2 com mal controle;

- No diabetes gestacional.

 

O que são insulinas pré-misturadas?

São insulinas misturadas de fábrica entre insulinas de ação intermediária e rápida ou ultra-rápida.

São divididas em:

- Pré mistura de insulina humana: associação no mesmo frasco das insulinas Regular (R ) com a NPH (N). Sua ação inicia-se em 30 a 60 minutos, atinge pico máximo de ação entre 6 e 10 horas e dura entre 14 a 18 horas. Em virtude de conter insulina Regular recomenda-se injetar, aproximadamente 20 a 30 minutos antes da refeição. Pode ser injetada no músculo ou no tecido subcutâneo. NUNCA NA VEIA! Nomes comerciais: Novolin 90/10, Novolin 80/20, Novolin 70/30 e Humulin 70/30.

- Pré mistura de insulina análogo: Consiste na associação, no mesmo frasco, de insulina ultra-rápida (lispro ou asparte) com insulinas de ação intermediária (neutral protamine). Recomenda-se a injeção subcutânea. Sua ação inicia-se em 15 minutos, antige pico em 1 hora e duram 10 a 14 horas. Recomenda-se injetar em até 15 minutos antes das refeições. Nomes comerciais: Humalog mix 25, Humalog mix 50, Novomix 30.

 

O que são insulinas de ação prolongada?

São insulinas modificadas estruturalmente para durarem por pelo menos 24 horas ou próximo disso.

Apesar de serem de longa duração, não apresenta a cor leitose e sim transparente, porque não contém substâncias (protamina e zinco) que retardam sua ação.

Foram criadas para serem usadas como aporte basal de insulina no organismo, portanto não servem para cobrir as glicemias pós prandiais, e não devem ser usadas isoladamente no tratamento do diabetes.

Deve ser injetada SEMPRE no subcutâneo (SC), NUNCA INJETAR NA VEIA.

Sua ação inicia-se em 1 a 2 horas após sua aplicação, e a partir de 3 a 4 horas, mantém-se constante (sem picos ou efeitos máximos) até 24 horas. É uma insulina que difere de todas por essa característica de ação prolongada e sem picos.

Apesar de sua ação prolongada, próximo a 24 horas, a experiência tem mostrado que alguns diabéticos tipo 1 geralmente podem necessitar de 2 aplicações diárias.

NÃO DEVE SER DILUÍDA OU MISTURADA COM QUALQUER OUTRA INSULINA NA MESMA SERINGA.

Nomes comerciais: Levemir (detemir), Lantus (glargina)

A insulina glargina pode ser adquirida pela rede pública, mediante processo que comprove a real necessidade de seu uso, tais como: dificuldade em manter bom controle com a insulina NPH, e presença de hipoglicemias freqüentes.

 

Quais as indicações do uso das insulinas de ação prolongada?

- Paciente que apresenta muita hipoglicemia com uso das insulinas humanas, principalmente hipoglicemias noturnas;

- Para pacientes diabéticos tipo 2, mal controlados, associado ao uso dos medicamentos via oral.

 

Quais as apresentações de insulinas disponíveis no mercado brasileiro na atualidade?

As insulinas são apresentadas na seguinte forma:

- Frascos de 10ml para serem utilizadas em seringas: Apidra, Nororapid, Novolin R, Novolin N, Humulin R, Humulin N, Humulin 70/30, Humalog, Lantus

-  Frascos-cartule ou tubetes para serem utilizados em canetas: Apidra, Nororapid, Novomix 30, Novolin R, Novolin N, Novolin 70/30, Novolin 80/20, Novolin 90/10, Humulin R, Humulin N, Humulin 70/30, Humalog, Humalog mix 25, Humalog mix 50, Lantus e Levemir.

- Canetas descartáveis com tubetes de 3 ml: Novorapid flexpen, Novomix 30 flexpen, Levemir flexpen, Lantus Optiset, Lantus Solo STAR, e Apidra Solo STAR.

 

Quais os cuidados de conservação e estocagem das insulinas?

Observar a validade no fundo do frasco;

Evitar congelamento (<2ºC) ou superaquecimento (>30ºC);

Evitar agitação excessiva dos frascos;

Frascos de insulinas em uso diário podem ser conservados na temperatura ambiente, porém em lugares não muito quentes durante o dia. Observar que insulinas mantidas na temperatura ambiente por mais de 30 dias podem perder ligeiramente sua potência, implicando, às vezes, ncessidade de aumentar em 1 ou mais unidades de insulina para que se tenha o mesmo efeito ou desprezar o frasco, o que é mais recomendado;

Frascos de utilização esporádica (insulina R, Asparte, Lispro ou Glulisina), devem ser mantindos na parte inferior da geladeira, envolvidos em sacos ou dentro de recipientes de plásticos. Antes de aplicar as insulinas mantidas na geladeira, deve-se fazer leve agitação do frasco ou deixa-lo uns 20 minutos de fora da geladeira para evitar irritação e dor no local de aplicação;

Frascos reservas deverão também ser mantidos sempre na geladeira (parte inferior) e, antes de colocar em uso, inspecionar para detectar a presença de precipitados (grumos), fragmentos de gelo, ou alterações no aspecto da cor. Essas alterações, quando presentes, podem significar perda da potência, consequentemente, aumentos inexplicáveis da glicemia. Caso isso ocorra, recomenda-se substituir o frasco em questão por outro do mesmo tipo de insulina.

 

As seringas descartáveis de plástico e agulhas descartáveis utilizadas na aplicação de insulina podem ser reaproveitadas em novas aplicações?

Sim. Podem ser reutilizadas na mesma pessoa até 5 vezes, conforme estudos realizados, desde que se adote os seguintes procedimentos:

- Após o uso, com movimentos de vai e vem do embolo, elimina-se toda a insulina que ficou no canhão da agulha;

- Tampa-se a agulha com o protetor;

- Coloca-se a seringa/agulha na embalagem original, e esta dentro de um saco plástico limpo, sem uso e sem furos;

- Fecha-se bem o saco plástico, e coloca-o dentro do congelador.

Como essa prática, desde que a agulha não toque em nada, não se tem observado infecções no local da aplicação.

Deve-se mencionar que a reutilização das agulhas altera as pontas das agulhas, o que pode causar certo desconforto na penetração da agulha.

Essa prática de reutilização das seringas/agulhas deve ser evitada naqueles que apresentam pouca higiene pessoal, doenças agudas, feridas ou ferimentos abertos nas mãos, diminuição de resistência a infecções, visão inadequada, pouca habilidade manual e tremores nas mãos.

 

Não consigo enxergar direito os tracinhos da seringa que indicam as unidades a serem usadas de insulina. O que fazer?

Existe um dispositivo de plástico que é um sistema óptico de precisão tornando mais fácil a mistura de insulina, ampliando as escalas e ajudando a detectar bolhas nas seringas. Esse dispositivo é encontrado em lojas e farmácias que vende materiais aos diabéticos.

Outra maneira que diminui erros na dosagem da insulina é a utilização de lentes de aumento (como as lupas).

Mas, se não conseguir nem o dispositivo e nem a lupa, o ideal é pedir ajuda a alguém que tenha uma visão melhor para ter correr o risco de errar na dosagem da insulina.

 

Quais os locais apropriados para a aplicação da insulina?

É recomendável variar, fazer rodízio dos locais de aplicação da insulina, preferindo-se a face anterior da coxa, face externa e posterior do braço, nádegas e abdome. A distância recomendada entre um aplicação e outra no mesmo local é de no mínimo 3 cm.

Veja os locais mais indicados de aplicação no link abaixo:

http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://diabetic-center.com.br/diabetes/wp-content/uploads/2010/12/locais-de-aplicacao.jpg&imgrefurl=http://diabetic-center.com.br/diabetes/2010/12/forma-de-aplicacao-de-insulina/&h=405&w=681&sz=82&tbnid=lTN87YBuSaghGM:&tbnh=90&tbnw=151&zoom=1&usg=__B-BF7fCCYVr0I9nf2qQvh50jvo0=&docid=-UKfof3_whNYDM&sa=X&ei=ZtehUvvXOMLUkQfdioDADg&ved=0CC8Q9QEwAA

 

Qual a técnica correta de aplicação de insulina com seringa?

- Separar o material a ser utilizado (seringa com agulha, insulina, 2 a 3 chumaços de algodão embebidos em álcool comum ou álcool isoprolpílico 70º).

- Lavar bem as mãos com água e sabonete, e secá-las.

- Mantendo-se o frasco de insulina entre as duas mãos, fazer movimentos leves de rotação (rolando o frasco entre as mãos), sem fazer espuma. Com essa manobra objetiva-se misturar bem os cristais de insulina no líquido.

- Apoiar o frasco de insulina em uma superfície plana, com a tampa voltada para cima. Com um chumaço de algodão embebido em álcool esfrega-se a tampa de borracha do frasco para limpá-lo de possíveis impurezas.

- Aspirar o ar com a seringa/agulha no mesmo volume de líquido de deseja aspirar do frasco.

- Introduzir a agulha através da tampa de borracha do frasco de insulina, e injetar o ar contido na seringa.

- Virar todo o cojunto (frasco/agulha/seringa) e, com a tampa voltada para baixo, aspirar lentamente a insulina na quantidade desejada.

- Caso venha ar junto com o líquido, bater suavemente na parede da seringa para que as bolhas subam. Reinjetar o ar no frasco de insulina quantas vezes se fizer necessário até que a seringa contenha somente a insulina.

- Colocar o frasco de insulina e a seringa em posição horizontal; retirar a seringa do frasco prendendo o embolo com um dos dedos, para que não entre ar novamente. Depositar a seringa carregada sobre uma superfície plana, de maneira que a agulha não toque nada.

- Limpar a área que será aplicada a insulina, com o outro chumaço de algodão embebido em álcool.

- Como mão que não vai aplicar a insulina, fazer uma espécie de pinça entre o indicador e o polegar pegando um prega cutânea, e injetar com a outra mão livre entre os dois dedos, de tal modo que a agulha penetre perpendicularmente à pele ou levemente inclinada no máximo até 45º, nunca menos que isso.

- Injetar a insulina. Esperar uns 5 segundos antes de tirar a agulha da pele para que o líquido (insulina) não volte à superfície da pele.

- Depois de retirada a agulha, passar álcool algodão. Tampar a agulha com o protetor. Observação: a técnica bem feita deve ser indolor.

 

Como é a técnica de misturar 2 insulinas – NPH (N) com Regular (R) na mesma seringa?

  1. Repetir os itens 1,2 e 3 anteriormente descritos na questão acima.
  2. Desinfetar as tampas dos frasco de insulina regular e nph com um chumaço embebido em álcool. Frascos apoiados na mesa.
  3. Injetar ar no frasco de insulina NPH, na quantidade equivalente às unidades a serem injetadas.
  4. Retirar a seringa/agulha do frasco, pressionando o êmbolo, para que o ar não volte na a seringa.
  5. Injetar ar com o frasco de cabeça para baixo, no frasco de insulina Regular, na quantidade equivalente às unidades a serem aspiradas.
  6. Aspirar a insulina. Retirar a seringa/agulha.
  7. Introduzir a seringa/agulha no frasco da insulina NPH com o cuidado de não deixar entrar ar e não introduzir insulina Regular no frasco na insulina NPH. Para tal, aspire lentamente; caso se forme bolhas, dever-se-á, ao final, retirar a agulha/seringa do frasco, retirar o ar, reintroduzir a seringa/agulha e aspirar a quantidade de insulina faltante.
  8. Não se esquecer de fazer o cálculo antes de iniciar a mistura. Assim, se for utilizar 5 unidades de insulina R e 30 unidades de insulina NPH (N), o total marcado na seringa deverá ser de 35 unidades (30 + 5).
  9. Ao proceder essa técnica de mistura deve-se ter o máximo de cuidado e exatidão para não incorrer em erros, muito comuns. Se acidentalmente injetar insulina regular dentro do frasco da insulina NPH o mais prudente será desprezar todo o frasco.

 

O que são as canetas de aplicação de insulina?

As canetas consistem de um injetor automático de insulina do tamanho e formato de uma caneta comum, facilmente transportável e permitem doses reguláveis de insulina.

Funcionam com recarga de pequenos frascos de insulina de 3 ml chamados de frascos-carpule, tubetes, refill ou penfill, conforme a marca da insulina.

Utiliza-se de agulhas próprias para acoplarem ao conjunto.

 

Quais as vantagens do uso da caneta de insulina?

- Poupa tempo;

- É prática;

- Fácil de manusear;

- Facilita para os deficientes visuais, pois para aumentar as unidades nas canetas houve-se um click.

- Pode se mantida fora da geladeira, não em locais muito quentes, por até 30 dias aproximadamente.

- O tamanho da agulha se comparado às seringas são menores o que pode assustar menos as crianças.

 

Qual é a técnica correta para aplicação de insulina com caneta?

  1. Movimente todo o conjunto da caneta, lentamente, para cima e para abaixo, umas 10 vezes para homogeneizar toda insulina.
  2. Destampe a agulha e tenha o cuidado para não tocá-la com a mão ou qualquer objeto;
  3. Expulse o ar. Com a agulha da caneta para cima, bata nas paredes suavemente com o dedo e elimine o ar antes de injetar;
  4. Marque a dose, girando o regulador até aparecer no visor a quantidade desejada;
  5. Insira a agulha na pele. Pressione o disparador até o final. Espere 5 segundos. Retire o conjunto. Observação: jamais fazer a aplicação por cima da roupa.
  6. Recoloque a tampa na agulha.

 

Quais as canetas hoje disponíveis no mercado?

Reaproveitáveis:

 

Canetas disponíveis

Doses reguláveis de insulina em unidades

Quantidades máximas permitidas por aplicação em unidades

Novopen 3 ®

1 em 1

70

Novopen 3 Demi ®

0,5 em 0,5

35

Humapen Luxura ®

1 em 1

60

Humapen Ergo ®

1 em 1

60

Opti Pen Pro 1®

1 em 1

60

Quick Pen®

1 em 1

60

Autopen 24 verde®

1 em 1

21

Autopen 24 azul

2 em 2

42

 

Descartáveis:

 

Nomes comerciais

Insulina utilizada

Doses reguláveis de insulina em unidades

Quantidade máxima de insulina por aplicação

FlexPen®

Levemir®

1 em 1

60

FlexPen®

Novorapid

1 em 1

60

FlexPen®

NovoMix 70/30

1 em 1

60

Lantus Optiset®

Lantus

1 em 1

60

Lantus® Solo STAR®

Lantus

1 em 1

80

Apidra® Solo STAR®

Apidra

1 em 1

80

 

O que é hipoglicemia?

Queda da glicose sanguínea para valores menores que 70mg/dl.

 

O que se sente na hipoglicemia?

Os sintomas mais comuns são: tremores, sensação de fome, aumento dos batimentos cardíacos (taquicardia), suor excessivo e frio, palidez, náuseas, tonturas, dor de cabeça, fraqueza, “formigamentos” (parestesias) nas mãos e em volta da boca, distúrbios de conduta (Exemplo: agressividade, nervosismo, perda da concentração, troca de palavras), rebaixamento da consciência, torpor, convulsões, hemiplegia e coma.

 

Quais são os fatores de risco para desencadear a hipoglicemia no diabetes?

- Omissão ou atraso da refeição;

- Situações que diminuem a absorção dos alimentos como vômitos, diarréia;

- Pós exercício extenuante ou prolongado;

- Ingestão excessiva de bebidas alcoólicas;

- Situações de absorção variável de insulina como locais inadequados de aplicação;

- Insuficiência renal e adrenal;

- Dose excessiva de medicações hipoglicemiantes e/ou insulina.

 

Como tratar a hipoglicemia?

. Se o paciente estiver consciente ingerir alimentos contendo açúcar (15 gramas de carboidrato):

- 1 copo com água + 1 colher de sopa de açúcar, ou

- 1 copo de 150ml de suco laranja, ou

- 1 copo de 150ml de refrigerante normal, ou

- 1 copo de 300ml de leite, ou

- 1 colher de sopa de mel, ou

- 1 sachê de glicose em gel (15g)

- 3 a 4 balas moles.

. Observação: nos paciente que fazem uso do hipoglicemiante chamado acarbose, deverá usar glucagon 1amp subcutânea ou intramuscular, ou açúcar puro, uma vez que essa medicação inibe a absorção dos carboidratos no intestino.


. Medir glicemias de 15 em 15 min, e se glicemia <70mg/dl, ingerir nova porção de 15g de carboidrato até glicemia maior que 100mg/dl.


. Se o paciente estiver inconsciente:

- NÃO FORÇAR A INGESTA DE NENHUM ALIMENTO para evitar risco de aspiração pulmonar.

- Glucagon (Glucagen®) 1 amp subcutânea ou intramuscular.

- Esfregar mel e, ou açúcar nas gengivas até levar o paciente ao pronto atendimento (PA).

- Avisar ao plantanista para provavelmente o paciente está sofrendo por hipoglicemia para que ele tome as devidas providências.

- Após paciente consciente, oferecer alimentos.

- Medir glicemia a cada 30 minutos até glicemia > 100mg/dl.

Observação: nas 2 situações quando a glicemia estiver estável:

- Tentar determinar a causa da hipoglicemia;

- Reavaliar,  juntamente com seu médico o tratamento;

 

Como prevenir as hipoglicemias?

- Alimentando-se de 3/3h (pouco e sempre!), evitando pular ou retardar as refeições;

- Lembre-se sempre de carregue consigo, onde quer que vá, seu lanche e 3 balas moles de açúcar e seu aparelho de medir glicemia. 



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