Formiga / MG - quinta-feira, 25 de abril de 2024

Diabetes Mellitus Gestacional (DMG)



O que é Diabetes mellitus Gestacional (DMG)?

É uma intolerância aos carboidratos de intensidade variada com início ou detectada na gestação, podendo persistir ou não após o parto, ocorrendo em 1 a 14% de todas as gestações.

 

O que causa o DMG?

A elevação de vários hormônios na gravidez tais como o lactogênio placentário, estrógenos, progesterona, prolactina e cortisol, juntamente com o aumento de peso corporal na gravidez, favorecem ao aumento da resistência insulínica nos tecidos periféricos – a insulina não consegue agir adequadamente nos tecidos periféricos, obrigando o pâncreas a aumentar a produção de insulina para conseguir guardar a glicose ofertada para dentro das células. Se a gestante já possuía a propensão genética de algum dia desenvolver o diabetes (“pâncreas fraco”), todo esse ambiente criado na gestação, favorece ao seu aparecimento mais precocemente.

 

Quem tem mais propensão a desenvolver o DMG?

- Gestantes com mais de 30 anos;

- Gestantes obesas (IMC igual ou maior que 30kg/m²)

- Gestações anteriores com DMG;

- História de diabetes em familiares de 1º grau;

- Gestantes com exame de urina rotina mostrando perda de glicose;

- História pregressa de abortamentos espontâneos;

- História pregressa de filhos nascidos com mais de 4kg;

- Portadoras de síndrome dos ovários policísticos (SOP);

- Gestantes usuárias de corticosteróides;

- Gestantes com glicemia de jejum maior ou igual a 85mg/dl.

 

Como é feito o diagnóstico do DMG?

Todas as gestantes que apresentam propensão ao desenvolvimento da DMG conforme listado acima, devem ser rastreadas para DMG ao diagnóstico da gravidez e entre a 24ª a 28ª semanas de gestação. O rastreamento é realizado primeiro com a avaliação da glicemia 1 hora após uma sobrecarga oral de 50g de glicose. Caso a glicemia esteja acima de 140mg/dl solicita-se o exame de teste de tolerância oral à glicose (TTOG) com 75g de glicose. Dosa-se as glicemias em jejum e 1 e 2 horas após a ingestão de um líquido adocicado (dextrosol a 75g). O ideal seria que a glicemia de jejum fosse menor que 95mg/dl, a glicemia após 1h do dextrosol menor que 180mg/dl, e após 2h menor que 155mg/dl. É considerado diabetes mellitus gestacional quando 2 desses resultados derem acima dos valores referidos.

 

Como deve ser feito o tratamento do DMG?

- Acompanhamento regular com equipe multidisciplinar (endocrinologista, obstetra, nutricionista e educador);

- Orientação nutricional;

- Atividade física moderada (ex. caminhada, hidroginástica, pylates);

- Manter hemoglobina glicosilada menor que 6%;

- Monitorização da glicemia capilar, caso indicado uso de insulina;

- Controle do ganho de peso;

- Controle da pressão arterial (menor que 130x80 mmhg)

- Medicações quando necessário (insulina de preferência, e ou anti-diabéticos orais)

 

Quais são as metas que indicam um bom controle do DMG?

Glicemias de jejum e pré-prandial entre 80 a 110mg/dl;

Glicemias 2 horas pós prandial abaixo de 155mg/dl;

Hemoglobina glicada menor ou igual a 6%.

 

Por que deve ser bem tratado o DMG?

Para evitar risco de complicações:

- Maternas: aumento do líquido aminiótico, parto prematuro, tendência maior à hipertensão arterial – toxemia gravídica, tendência maior às infecções urinárias.

- Fetais: aborto espontâneo, óbito intra-uterino, malformações, alto peso ao nascer, traumas durante o parto, hipoglicemias, icterícias, síndrome do estresse respiratório, etc.

 

Quais os cuidados no pós-parto devem adotar as pacientes que tiveram DMG?

O aleitamento materno deve ser estimulado, pois além dos benefícios para o recém-nascido, ajuda a mãe na redução de peso pelo maior gasto calórico.

A grande maioria das mulheres não necessitará mais do uso da insulina ou de medicações, mas é interessante manter o controle glicêmico com glicemias capilares por um certo período. Em alguns casos é necessário manter a insulina com ajuste das doses.

Devido ao alto risco de desenvolvimento de diabetes em gestantes que tiveram DMG, é necessário mudanças no estilo de vida para que isso não venha a acontecer. Dieta mais saudável, atividade física regular, manutenção do peso corporal adequado para altura, acompanhamento periódico das glicemias e hemoglobina glicada, sendo que um novo teste de tolerância a glicose deve ser realizado 6 meses após o parto. 

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