O ganho de peso e a obesidade são temas complexos e multifatoriais que afetam milhões de pessoas globalmente. Compreender como nosso corpo funciona e os fatores envolvidos é o primeiro passo crucial para uma vida mais saudável e para o controle eficaz do peso.
Nesta seção, o Dr. Ricardo Amim da Costa esclarece as principais dúvidas sobre o assunto, abordando desde os mecanismos básicos do ganho de peso até as estratégias de tratamento e o papel dos diferentes profissionais de saúde.
O ganho de peso ocorre principalmente por três motivos distintos, que afetam a composição corporal:
Historicamente, o ganho de gordura era uma proteção e defesa do organismo contra períodos de escassez alimentar. Nossos antepassados dependiam de reservas energéticas para sobreviver a períodos de fome. Graças a essa capacidade de estocar energia, a espécie humana conseguiu prosperar em ambientes desafiadores.
Sim, a gordura é essencial para o nosso corpo. Além de ser uma fonte de energia estocada, ela atua como um isolante térmico e participa da produção de diversos hormônios e outras substâncias importantes.
No entanto, o excesso é prejudicial. Quando em grande quantidade, a gordura corporal (especialmente a gordura visceral) pode levar a:
A quantidade ideal de gordura corporal varia com a idade e o gênero:
A avaliação começa pela medida do peso corporal total e pode ser complementada por:
A ciência ainda busca a definição completa de todos os fatores que levam ao acúmulo de gordura. No entanto, já sabemos que é um problema multifatorial, e a chave do tratamento está no controle desses fatores.
É raro encontrar uma causa única para o ganho de peso; geralmente, a associação de fatores é a responsável:
A obesidade é um termo médico que caracteriza o acúmulo excessivo de gordura corporal, resultando em aumento significativo do peso. É reconhecida hoje como uma doença (CID 10: E66), pois estudos estatísticos demonstram uma maior propensão a diversas doenças associadas a essa condição.
O diagnóstico de obesidade é feito principalmente pelo Índice de Massa Corporal (IMC), que compara peso e altura (peso / altura² = kg/m²). O resultado divide a obesidade em graus, que indicam a gravidade e orientam o tratamento:
Sim. Além do IMC, utilizamos a medida da circunferência abdominal e o percentual de gordura corporal para corroborar o diagnóstico:
Sobrepeso é a condição de um indivíduo adulto que apresenta um IMC acima de 25 até 30 kg/m². Não necessariamente indica uma doença mórbida, mas serve como um alerta de que o indivíduo pode progredir para a obesidade, com suas consequências.
A obesidade é considerada uma doença devido à sua capacidade de atrair outras comorbidades. A medicina bem aplicada é mais preventiva do que curativa. Se as estatísticas mostram um maior risco de doenças associadas à obesidade, é mais prudente tratar a obesidade agora do que, futuramente, lidar com outras doenças que, muitas vezes, não têm cura (como o diabetes).
O tratamento da obesidade é multifatorial e visa identificar e abordar todos os fatores que contribuem para a condição:
O sucesso e a manutenção da perda de peso são mais duradouros quando há o envolvimento de uma equipe interdisciplinar e conectada.
O endocrinologista é o profissional central neste processo:
São os profissionais mais capacitados para corrigir maus hábitos alimentares. Sua função inclui:
Este profissional é de suma importância, atuando não só na orientação de exercícios corretos, mas também como grande incentivador. Fazer exercícios não é apenas sair andando; o educador físico tem a percepção de introduzir a atividade física de forma lenta e gradual, respeitando o perfil e as condições de cada um, especialmente em casos de excesso de peso que podem prejudicar articulações.
O psicólogo atua na identificação e tratamento das causas da ansiedade excessiva e da compulsão alimentar, utilizando terapias diversas (cognitivo-comportamental, hipnose, etc.). É importante ressaltar que a medicação pode aliviar os sintomas, mas o psicólogo busca tratar a causa fundamental do problema.
Muitos pacientes depositam todas as esperanças na medicação, mas é crucial entender que ela é apenas um adjuvante, não o tratamento fundamental. Os medicamentos anti-obesidade devem ser usados criteriosamente, considerando:
O reganho de peso após tratamentos anti-obesidade é comum e pode ocorrer por diversos fatores:
Metabolismo é um termo médico que sintetiza todas as reações químicas que ocorrem no corpo e que gastam energia.
A facilidade para engordar está ligada ao metabolismo corporal de cada pessoa e às influências que ele sofre de acordo com:
Para quem nunca se exercitou, o ideal é começar, seja qual for a atividade. Inicie de forma lenta e gradual, de acordo com seu preparo. Evite excessos no início para não causar lesões. Aumente o ritmo e a intensidade progressivamente.
O ideal é a combinação dos dois:
A falta de tempo não deve ser uma desculpa! Existem diversos programas de exercícios físicos para iniciantes que podem ser praticados em casa, em curto espaço de tempo (entre 10 a 20 minutos por dia). Há vários aplicativos disponíveis para isso (como BTFIT, Seven Workout, entre outros). Vamos começar?!
Também conhecida como gastroplastia ou cirurgia de redução do estômago, é um procedimento que visa reduzir o peso de pessoas com IMC muito elevado.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cirurgia bariátrica é indicada para:
Existem três tipos básicos, geralmente realizados por videolaparoscopia:
Além das complicações inerentes a qualquer cirurgia (sangramentos, infecções), a bariátrica pode trazer complicações a longo prazo:
A cirurgia bariátrica é uma modalidade de tratamento altamente eficaz para auxiliar pessoas com obesidade em graus avançados e com dificuldades na perda de peso convencional. Quando bem indicada e acompanhada por uma equipe multidisciplinar, pode melhorar significativamente a qualidade de vida e resolver comorbidades associadas ao excesso de peso.
No entanto, é fundamental alertar que, infelizmente, a cirurgia bariátrica tem sido banalizada quanto aos seus riscos e procurada por quem busca a "via mais rápida", sem tentar o tratamento clínico de forma empenhada.
Minha experiência mostra que, após 5 a 6 anos, muitos pacientes apresentam reganho de peso se não compreenderem que a obesidade, na maioria dos casos, é resultado de abusos cometidos no passado. Para um tratamento duradouro, é essencial uma mudança profunda e íntima em nosso ser, reformulando a forma de pensar e agir, especialmente em relação à educação alimentar e à prática regular de atividades físicas. O sucesso está na transformação de hábitos e mentalidade.
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