Formiga / MG - quinta-feira, 28 de março de 2024

Hipotireoidismo


O que é tireóide?      

Tireóide é uma glândula localizada na região anterior do pescoço abaixo da cartilagem que vulgarmente chamamos de pomo de adão ou gogó. Essa glândula é muito importante para o bom funcionamento de todas as células do nosso corpo, pois produz 2 hormônios chamados de T3 e T4 que atuam desde a unha do pé até o fio do cabelo. Esses hormônios não têm uma ação específica, mas são considerados importantes auxiliares no trabalho de todas as células regulando assim nosso metabolismo.                       

 

O que é hipotireoidismo?

É uma doença decorrente da baixa produção dos hormônios tireoidianos. Sem a quantidade adequada dos hormônios tireoidianos nossas células continuam trabalhando, porém de forma mais lenta e inadequada, ou seja, o metabolismo diminui.

 

O que é hipotireoidismo primário?

É quando o problema em produzir os hormônios tireoidianos está relacionado com a própria tireóide.

 

O que é hipotireoidismo secundário?

É quando o problema em produzir os hormônios tireoidianos tem relação com outra glândula chamada hipófise. Essa glândula comanda a tireóide como também várias outras glândulas do nosso organismo. A falta do hormônio produzido pela hipófise chamado hormônio estimulador da tireóide (TSH), faz com que a glândula tireóide deixe de produzir seus hormônios (T3 e T4).

 

O que é hipotireoidismo franco?

É quando os exames laboratoriais acusam valores de T3 e/ou T4 abaixo da referência, e TSH acima do valores normais de referência.

 

O que é hipotireoidismo subclínico?

É quando o exame de TSH está com valores acima dos normais, mas com T3 e/ou T4 dentro dos valores de referência. Isso indica que glândula tireóide está fraca, mas continua produzindo a quantidade normal dos seus hormônios à custa de um maior esforço da hipófise na produção do TSH.

 

Se eu tenho hipotireoidismo, os meus hormônios relacionados com a tireóide deveriam estar baixos. Por que então o TSH tende a subir?

Como explicado acima, o TSH não é produzido pela tireóide, mas sim pela hipófise. Essa glândula localizada no centro da cabeça é considera uma das glândulas mais importantes do nosso corpo, pois ela é o centro de comando de várias outras glândulas como a tireóide, os ovários, os testículos, as supra-renais, etc. Logo, quando alguma dessas glândulas apresenta dificuldade em produzir seus hormônios, a hipófise entra em ação mandando “recado” a essas glândulas para produzirem mais. No caso da tireóide o “recado” seria o TSH. Por isso, geralmente ele está aumentado no hipotireoidismo - pra fazer a tireóide produzir mais hormônios.

 

Por que a tireóide fica fraca e começa a produzir poucos hormônios T3 e T4?

Na grande maioria das vezes a causa principal do hipotireoidismo é conseqüência de um desequilíbrio do nosso sistema imune, onde os anticorpos que deveriam defender nosso corpo contra organismo invasores, passam inadvertidamente a atacar as células da tireóide causando um processo inflamatório local levando a perda da função dessa glândula em produzir seus hormônios. A isso damos o nome de tireoidite crônica de Hashimoto, conseqüência da doença auto-imune na tireóide. Em outras poucas ocasiões, o hipotireoidismo não apresenta uma causa definida sendo assim chamado de idiopático.

 

A falta de iodo na alimentação pode levar ao hipotireoidismo?

Sim. O iodo é um elemento muito importante na formação dos hormônios tireoidianos, e a falta dele, consequentemente, acarretará em diminuição da produção desses hormônios. Antigamente, esse problema era mais comum principalmente em regiões montanhosas onde a carência do iodo era maior. No entanto, há muitos anos vigora uma lei que obriga a acrescentarem certa quantidade de iodo no sal de cozinha, o que diminuiu drasticamente a quantidade de hipotireoidismo pela falta do iodo.

 

Quem tem mais chance de apresentar ou desenvolver o hipotireoidismo?

  • Mulheres, especialmente acima dos 40 anos;
  • Homens acima dos 65 anos;
  • Mulheres em período pós parto (6 meses após o parto);
  • Pessoas com colesterol alto;
  • Pessoas que já tiveram doenças de tireóide anteriormente;
  • Pessoas com história familiar de doenças auto-imunes (tireoidite de Hashimoto);
  • Pessoas que apresentam outras doenças auto-imunes como: diabetes tipo 1, Lúpus e Artrite Reumatóide;
  • Pessoas tratadas anteriormente de hipertireoidismo;
  • Pessoas que estiveram em tratamento de radioterapia de cabeça e pescoço;
  • Pessoas em uso de lítio ou amiodarona;
  • Pessoas com depressão e/ou doença do pânico.

 

Quais os sintomas do hipotireoidismo?

Muitas vezes a pessoa com hipotireoidismo pode não sentir nada e a doença ser detectada somente através de exames laboratoriais. Outras vezes os principais sintomas são decorrentes da diminuição do metabolismo corporal (trabalho celular) tais como: ganho de peso fácil, preguiça, cansaço acentuado, fraqueza, desânimo, memória fraca, intestino preso, pele e cabelos ressecados, queda de cabelo acentuada, unhas quebradiças e com dificuldade para crescerem, frio acentuado, dor no corpo principalmente nas pernas, inchaços, rouquidão.

 

 

Quais os principais efeitos do hipotireoidismo no organismo?

A carência de hormônios da tireóide afeta as pessoas de diferentes maneiras. Pode causar diversos problemas:

  • Cerebro: Dificuldade de concetração, depressão;
  • Pele e cabelo: Queda de cabelos, ressecamento da pele;
  • Coração: Diminuição do ritmo cardíaco (bradicardia)
  • Músculos: Fraqueza, dor e fadiga;
  • Aparelho digestório: constipação intestinal (prisão de ventre);
  • Fígado: Colesterol alto;
  • Rins: retenção de líquidos
  • Órgãos reprodutivos: Alterações menstruais, infertilidade;
  • Outros sintomas: apatia (desânimo), ganho de peso, dores articulares.

Hipotireoidismo tem tratamento?

Sim. O tratamento é simples e prático. Basta tomar pela boca um comprimido que contém a dose do hormônio tireoidiano que está em falta no seu organismo. É importante o acompanhamento médico para saber a dose ideal a ser utilizada. Nem sempre é possível acertar a dose quando se inicia o tratamento e por isso é necessário fazer exames para saber se deve ser aumentada a dosagem ou diminuída. O comprimido deve ser utilizado de preferência com água e em jejum esperando pelo menos uns 30 minutos para se alimentar ou tomar outros medicamentos, pois a medicação é difícil de ser absorvida junto com alimentos ou qualquer outra medicação. Se esquecer e se alimentar antes de tomar o comprimido, o ideal seria esperar pelo menos umas 2 horas depois da refeição para fazer o uso do medicamento e evitar em comer nos próximos 30 minutos após o uso da medicação.

 

Mesmo sem sentir nada, tenho que tratar o hipotireoidismo?

Existem vários trabalhos científicos apontando que quando o TSH atingir valores acima de 10, mesmo o paciente sem sentir nada, o risco de desenvolver doenças relacionadas ao coração como infarto são aumentadas. Outras problemas comuns de acontecerem em paciente com hipotireoidismo são: abortos espontâneos, parto prematuro, dificuldade em perder peso, prejuízo no crescimento das crianças e bócio. Por isso faz-se necessário o tratamento.

 

O que é bócio?

O bócio, também conhecido como papo, é um aumento acentuado do volume da tireóide causando abaulamento do pescoço. No hipotireoidismo pode ocorrer bócio devido estímulo constante do hormônio da hipófise TSH, sobre as células da tireóide.

 

Posso trocar a marca da medicação que estou usando no tratamento do hipotireoidismo para outra de marca diferente?

O ideal é que se você começou o tratamento com uma marca e deu certo com a mesma, não deve ficar mudando para outras marcas porque existem pequenas diferenças na bioequivalência de diferentes laboratórios o que podem prejudicar seu tratamento. Mas, se mesmo assim você desejar trocar a marca do seu remédio, é necessário conversar com seu médico antes para verificar se há necessidade de ajuste da dose do novo medicamento.

 

Hipotireoidismo tem cura?

Quando a causa é uma doença auto-imune – produção excessiva de anticorpos que agridem a tireóide, isso gera um processo inflamatório crônico que deixa cicatrizes permanentes na tireóide impedindo a produção normal dos hormônios. Nesta circunstancia, o hipotireoidismo não terá cura e o portador da doença deverá fazer uso da medicação pela vida toda. Em outras situações, existe a possibilidade da glândula se recuperar e voltar a produzir seus hormônios normalmente depois de algum tempo de tratamento.

 

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