Nódulos da Tireóide: Entenda, Diagnóstico e Tratamento  



Os nódulos no tireóide são uma descoberta comum, muitas vezes assintomática, mas que desativa a atenção. Compreender o que são, suas causas, como são divulgadas e as opções de tratamento é fundamental para a saúde da sua pneuide.

Nesta seção, o Dr. Ricardo Amim da Costa oferece um guia completo sobre os nódulos tireoidianos.


1. O Que São Nódulos da Tireóide?

Nódulos do tireoidiano são protuberâncias ou crescimentos anormais do tecido tireoidiano, que podem ser palpáveis (sentidos ao toque) ou identificados por exames complementares (como a ultrassonografia).

Eles apresentam a principal manifestação clínica de uma série de doenças da tireóide e são muito comuns , com uma prevalência de aproximadamente 10% na população adulta em exames de ultrassonografia.


2. Causas e Fatores de Risco

2.1. Quais são as causas dos nódulos?

As causas exatas para a formação de nódulos no tireóide não estão totalmente elucidadas . No entanto, saiba-se que pode haver:

  • Alterações genéticas que favorecem o aparecimento dos nódulos.
  • Maior incidência em membros da mesma família , diminuindo uma relação genético-familiar .

2.2. Quem está em risco de desenvolver nódulos tireoidianos?

Alguns fatores aumentam a chance de desenvolver nódulos no tireóide:

  • Mulheres (são mais afetadas que homens).
  • Idade: Pessoas maiores de 40 anos , principalmente acima de 60 anos .
  • Histórico Familiar: Ter histórico familiar de nódulos na tireóide.
  • Nódulos Prévios: Pessoas que já possuem nódulos tireoidianos.
  • Exposição à Radiação: Pessoas que foram mais expostas à radiação, principalmente na região cervical (pescoço).

3. Sintomas e Diagnóstico

3.1. O que o portador de um nódulo sente?

A grande maioria dos nódulos tireoidianos não causa sintomas . Frequentemente, são descobertos por acaso, como:

  • Durante uma palpação do pescoço feita pelo próprio paciente.
  • Através de exames de imagem da região cervical realizados por outros motivos.

Raramente, alguns pacientes podem apresentar queixas de dor na garganta, no maxilar ou no ouvido.

O sinal mais comum é uma elevação nodular no pescoço que aumenta progressivamente de tamanho ou é percebida por familiares, amigos ou por um médico durante uma consulta de rotina.

3.2. Como o Médico Faz o Diagnóstico?

O diagnóstico e a investigação de um nódulo tireoidiano devem ser feitos por um Endocrinologista . O processo geralmente inclui:

  • Consulta Médica: Anamnese (histórico clínico) e exame físico detalhado.
  • Exames Complementares: Podem incluir:
    • Dosagem de Hormônios Tireoidianos: (TSH, T3, T4) para avaliar a função do tireóide.
    • Ultrassonografia da Tireóide: Exame de imagem fundamental para avaliar o tamanho, número e características do nódulo.
    • Punção Biópsia Aspirativa com Agulha Fina (PAAF): Procedimento para coleta de células do nódulo para análise.
    • Mapeamento da Tireóide com Iodo Radioativo (Cintilografia): Avalia a funcionalidade do nódulo.
    • Tomografia Axial Computadorizada (TC) e Ressonância Magnética (RM): Podem ser solicitadas em casos específicos, como nódulos volumosos ou que invadam estruturas adjacentes.

4. Tipos de Nódulos: Benignos vs.

4.1. Classificação Geral:

Os nódulos tireoidianos são classificados em:

  • Benignos (não cancerosos)
  • Malignos (cancerosos)

4.2. Exame Crucial: PAAF

O melhor exame para verificar se um nódulo é benigno ou maligno é a Punção Biópsia Aspirativa com Agulha Fina (PAAF) . Ele fornece informações citológicas essenciais.

4.3. Nódulos Benignos:

Os nódulos benignos mais comuns incluem:

  • Adenomas foliculares
  • Cistos (lesões preenchidas por líquido)
  • Bócio colóide (nódulos causados por acúmulo de coloide)
  • Nódulos decorrentes de tireoidites (inflamações na tireóide)

4.4. Nódulos Malignos (Câncer de Tireóide):

Os nódulos malignos são classificados em:

  • Bem diferenciados (menos agressivos)
  • Pouco diferenciados (com maior agressividade)

Os carcinomas diferenciados respondem por cerca de 90% de todos os casos de câncer de tireóide . A maioria dos pacientes com carcinoma diferenciado geralmente apresenta um bom prognóstico quando tratado.

4.5. Por que procurar um médico especialista?

É importante investigar todo nódulo tireoidiano, pois, embora a maioria seja benigna, cerca de 5% desses nódulos podem ser malignos . Quando tratadas em tempo hábil, as chances de cura são altíssimas .


5. Risco de Malignidade: Quem Tem Maior Chance de Câncer?

A probabilidade de um nódulo de tireóide ser um tumor maligno é maior em:

  • Características do Nódulo:
    • Nódulos que apresentam crescimento rápido .
    • Nódulos duradouros e que estão fixos nas estruturas básicas.
  • Características do Paciente:
    • Idosos (idade maior que 60 anos).
    • Pacientes do sexo masculino (17% dos casos em homens contra 8% em mulheres).
    • Pacientes que receberam irradiação anterior na região da cabeça ou do pescoço (ex: acidente de Goiânia ou radioterapia para tratamento de outros tumores).
  • Sinais e Sintomas Adicionais:
    • Portadores de tumores que levam à paralisia da corda vocal .
    • Portadores de gânglios linfáticos aumentados na região cervical (pescoço).
    • Pessoas com histórico familiar de câncer de tireóide ou Neoplasia Endócrina Múltipla.

5.1. Número de Nódulos e Câncer:

Não importa o número de nódulos que se tenha na glândula tireoidiana, e sim as características desses nódulos ao ultrassom e o resultado da citologia da PAAF . Uma pessoa com múltiplos nódulos não tem, necessariamente, maior risco de câncer do que uma com um único nódulo, se as características deles são benignas.


6. Tratamento de Nódulos Tireoidianos

6.1. Abordagem Geral:

Não existem medicamentos para o tratamento de nódulos tireoidianos . A abordagem envolve a cirurgia para retirada do nódulo ou apenas o envio regular . A decisão dependerá das características ultrassonográficas do nódulo e/ou do resultado da citologia da PAAF.

6.2. Nódulos Benignos:

  • Pacientes com nódulos com características benignas ao ultrassom e/ou com citologia benigna à PAAF devem ser acompanhados de intervalos regulares .
  • O envio inclui exame ultrassonográfico do nódulo , inicialmente pelo menos a cada seis meses, e que pode ser ampliado com o passar do tempo.
  • Esse envio é importante porque, caso haja um crescimento rápido do nódulo e modificações expressivas das características ultrassonográficas, mesmo com PAAF benigna, pode ser necessária a cirurgia de retirada do nódulo .

6.3. Nódulos Malignos:

  • Caso a PAAF seja positiva para malignidade , a cirurgia é indicada .
  • O tipo de cirurgia solicitada deve ser criteriosamente avaliado por um médico especialista , considerando o tipo e o estágio do câncer.

7. O Que Acontece se um Nódulo Não For Tratado?

Se um nódulo, especialmente um de crescimento progressivo ou maligno, não for tratado, as consequências podem ser graves:

  • Crescimento Progressivo: Pode causar lesões nas estruturas profundas do pescoço , gerando sintomas como:
    • Traqueia: Falta de ar e tosse seca.
    • Esôfago: Dificuldade para engolir.
    • Nervos laríngeos: Rouquidão.
  • Metástases (no caso de malignidade): Um nódulo maligno não tratado pode levar ao aparecimento de metástases à distância , ou seja, disseminação do tumor para outros órgãos. Quando existem metástases, os sítios mais comuns são:
    • Gânglios linfáticos cervicais (pescoço).
    • Mediastino (região entre os pulmões).
    • Pulmões.
    • Fígado.
    • Ossos.

Conclusão:

A descoberta de um nódulo no pneuide é um motivo para buscar avaliação médica especializada. Com o diagnóstico e acompanhamento corretos, a grande maioria dos casos tem um bom prognóstico. Não hesite em consultar seu endocrinologista para esclarecer suas dúvidas e receber o tratamento adequado.

Escolha um horário e marque sua consulta.
Marcar consulta