O que é Síndrome dos Ovários Policísticos?
A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma doença caracterizada basicamente por sintomas decorrentes de 2 disfunções no organismo: falta de ovulação, e excesso na produção de hormônios masculinos (principalmente a testosterona). É relativamente comum, acometendo entre 4 a 7% das mulheres em idade fértil.
Qual é causa da SOP?
A SOP ainda apresenta causa incerta, mas acreditam que a síndrome se dá pela interação entre a predisposição genética com fatores ambientais predisponentes. Dentre os fatores ambientais, a obesidade é o principal, pois leva o pâncreas a produzir excessivamente o hormônio insulina pela resistência na ação desse hormônio que o tecido gorduroso ocasiona. A insulina atuaria diretamente na fisiologia dos ovários produzindo os cistos e alterações na produção dos seus hormônios.
Os cistos ovarianos são a causa das alterações hormonais da síndrome dos ovários policísticos?
Não! Os cistos na verdade são a conseqüência. A resistência insulínica é a causa que leva às alterações nos ovários, produzindo os cistos e modificações hormonais. Existem inclusive, mulheres com SOP que não apresentam os cistos nos ovários e o contrário também, mulheres com os cistos e que não possuem a síndrome.
Quer dizer então que algumas mulheres podem ter a síndrome dos ovários policísticos sem ter a presença dos cistos nos ovários?
Sim! Basta ter apenas duas dessas 3 características para ser feito o diagnóstico de síndrome dos ovários policísticos (SOP):
- Anovulação: caracterizada por atrasos menstruais, falta de menstruação e infertilidade;
- Hiperandrogenismo: caracterizado por hirsutismo (presença de pêlos excessivos em locais não característicos em mulheres como supra-labiais, queixo, intra-mamários, infra-umbilicais, costas, etc), acnes, aumento da oleosidade da pele e alopécia (queda de cabelo, principalmente na região frontal).
- Presença de ovários policísticos ao ultrassom.
Para fazer o diagnóstico de SOP é necessário solicitar exames de sangue?
Não necessariamente. O diagnóstico é mais clínico e ultrassonográfico como vimos na questão acima, mas a solicitação de exames laboratoriais é importante para afastar outros diagnósticos de doenças endócrinas que poderiam cursar com sinais de hiperandrogenismo e irregularidade menstrual (Ex. síndrome de cushing, hiperplasia adrenal congênita, tumores ovarianos ou adrenais produtores de androgênios). Além do mais, os exames servem para caracterizar a resistência insulínica (HOMA-IR) e afastar doenças associadas à resistência (Ex: diabetes, dislipidemias, etc)
Quais mulheres são mais propensas a desenvolver a SOP?
Obesas ou acima do peso;
Diabéticas;
Portadoras de síndrome metabólica;
Possuidoras de histórico familiar de SOP;
Possuidoras de acantose nigrans (presença de manchas escuras, espessas e com rugosidades que aparecem mais nas regiões de dobras como na nuca, axilas, e região inguinal vulgarmente chamada de virilhas. Essas manchas caracterizam o excesso de produção de insulina pela resistência insulínica do organismo).
Pacientes portadora de SOP tem maior incidência a desenvolver o diabetes?
Devido a resistência insulínica, o pâncreas necessita produzir doses extras de insulina, e se este órgão já estiver com propensão a desenvolver diabetes (como histórico familiar positivo pra doença) a chance do desenvolvimento do diabetes é maior sim nestas pacientes portadoras de SOP.
Tendo em vista no que foi dito acima, quem tem obesidade e sinais de resistência insulínica tem uma propensão maior de desenvolver a SOP. E o contrário, também é verdadeiro?
Quem tem SOP tem uma propensão maior de desenvolver o ganho de peso e conseqüente obesidade, pois a própria resistência insulínica que leva ao excesso de insulina corporal facilita a formação de depósitos de gordura, e o excesso de hormônios masculinos predispõem que esse depósito se localize principalmente na região abdominal – local mais perigoso por propiciar a síndrome metabólica e consequentemente à maior incidência de doenças cardio-vasculares.
Como é feito o tratamento do SOP?
O tratamento é realizado de acordo com as características clínicas da doença na pessoa:
- Hábitos de vida saudáveis: emagrecer quando necessário; dieta apropriada; exercícios físicos regulares; e medicações para auxiliar no emagrecimento, quando necessário.
- Medicações sensibilizadoras de insulina (metformina e pioglitazona) naquelas que apresentam sinais de resistência insulínica.
- Medicações antiandrogênicas (anticoncepcionais, ciproterona, espirolactona, flutamida) além das medidas cosméticas (depilações) naquelas com sinais de hiperandrogenização (acnes, hirsutismo e alopecia).
- Nas que apresentam irregularidade menstrual: contraceptivo oral.
- Nas com infertilidade: clomifeno.
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